Segunda-feira, 2 de Agosto de 2010

 

É Verão e o meu amor está longe. Considerando os meus 18 anos e a crença característica da idade de que o mundo gira apenas à volta do nosso amor, não me parece que haja alguma coisa pior.

É Verão, o meu amor está longe e é ano de escolhas difíceis. Sexta feira é dia de escolhas difíceis, mais precisamente. Direito ou psicologia. Não sei, não consigo escolher, não consigo perceber em qual me encaixarei melhor. Precisava dele, do meu amor, aqui, a fazer-me festinhas na cabeça, e a dizer que os advogados são todos uns ladrões mentirosos e os psicólogos só aturam malucos. O meu amor ia discutir comigo os pontos positivos e negativos, ia dar-me uma opinião honesta, ia dizer-me "devias ir para aquilo", ao contrário das outras pessoas que só me dizem "tu é que tens de escolher". Não ajudam lá muito.

O meu amor está longe e parece que, de repente, todas as outras pessoas arranjaram amores para si. E eu sei que deveria ficar feliz por elas, sei muito bem, mas tudo aquilo que consigo sentir é inveja. Raiva. Desespero. Vejo-as de mãos dadas e apetece-me meter-me no meio. Quando me falam dos seus planos, vamos almoçar, vamos ao cinema, vamos passar o dia todo em casa no sofá, só penso em separá-los, agredi-los à paulada, impedir aquela felicidade toda à qual eles nem darão valor - como eu também não dava, quando todos os dias eram meus e do meu amor. Agora os dias são deles, e eu não vejo o meu amor, não lhe afago o cabelo nem lhe conto as covinhas do sorriso há mais de um mês. 33 dias. E eles desperdiçam os seus dias com brigas infantis e pequenas vinganças, quando tudo o que eu queria era abraçar o meu amor só durante cinco minutos, para ver se as suas mãos ainda são como eu me recordo, ou se se tornaram mais ásperas, menos quentes, menos protectoras.

O meu amor está longe e eu tenho tanta, tanta inveja dos meus amigos, ao sol de mãos dadas, a saltar ondas abraçados, a partilhar gelados de chocolate, que até me parece mal admitir. Não é o fim do mundo, não, mas é um Verão inteiro, no qual cabe uma vida, ou caberia, se ele cá estivésse.



publicado por Petit Mimi às 22:40 | link do post | comentar

2 comentários:
De Amarelinha a 3 de Agosto de 2010 às 21:21
E pq não uma visita surpresa?!


De advogada do diabo a 7 de Agosto de 2010 às 23:10
Direito claro! Vais adorar! ;)


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